Objetos que brilham demais: como fotografá-los?

Copos, taças, louças, cristais, joias, óculos, metais, vidros, alguns pisos e pedras polidas... Todos esses materiais têm algo em comum: brilham e refletem demais. Por conta disso, são um tremendo desafio para a fotografia.

Afinal, encontrar a solução perfeita para esse tipo de objeto requer um bom controle do ambiente, especialmente em fotos still, com apelo comercial e necessidade de se mostrar formas, cores e texturas o mais próximas possível da experiência dos próprios olhos do cliente.

A boa notícia é que não há nada que a luz correta – sempre ela! – não faça ficar perfeito. Por isso, solicitamos algumas dicas ao sócio e diretor-técnico da Snapcomm, Caio Costa, que nos explicou como fazer o clique de objetos reflexivos ser atraente, informativo e sem excessos.

Luz natural, não!

Se no artigo sobre fotos com o celular indicamos o uso da luz natural como principal recurso de trabalho, para materiais muito brilhantes devemos fazer o contrário: fuja dos raios do sol.

O motivo é simples: a luz solar é tão poderosa que vai iluminar o ambiente por completo. “Com isso, ao se fazer o clique, tudo o que estiver ao redor vai aparecer refletido no objeto”, revela Caio.

Imagens deste tipo de material são desafiadoras pois o reflexo é tanto amigo, como inimigo do profissional de fotografia. É fundamental que ele apareça, para que o espectador perceba somente com os olhos de que material o produto é feito. Não se pode representar uma prataria como se ela fosse veludo, por exemplo.

No entanto, o reflexo não pode roubar a cena a ponto de esconder o próprio objeto. Em fotografia, tudo o que está na imagem é informação – e esta, em excesso, é tão prejudicial quanto a desinformação.

Meio-termo

Se a luz incidente demais prejudica a imagem de objetos muito brilhantes, ela em pouca quantidade faz o material perder a “vida”. Por isso, a solução está no meio-termo – e é possível chegar a ele por dois caminhos diferentes.

O primeiro é utilizar grandes fontes de luz artificial, mantê-las a uma distância em que a fonte em si não apareça refletida no objeto e controlar o ângulo de incidência. Assim, você consegue um reflexo agradável, suave, sem que as coisas do ambiente apareçam na superfície do produto.

O problema é que grandes fontes de luz artificial são caras e distantes do escopo financeiro de boa parte dos profissionais. “Uma alternativa para isso é utilizar a iluminação rebatida em paredes ou tapadeiras; dessa forma, os reflexos no objeto não ficarão intensos demais”, explica Caio.

Você sabe, mas vale explicar para quem não é do meio e porventura caia aqui em nosso blog: tapadeiras são objetos planos, geralmente feitos de pano preto ou madeira, que, como o próprio nome diz, bloqueiam a passagem excessiva de luz.

Iluminação por trás

Uma dica para fotografar objetos translúcidos, como vidro, é iluminá-los por trás.

Com isso, você resolve dois problemas: evita que os reflexos de luz incidente atrapalhem a visualização adequada da superfície do objeto; e ressalta a sensação de transparência do material ao mostrar que a luz consegue passar por ele.

Essa técnica é chamada retroiluminação.

Desenhe a forma

Como assim, desenhe a forma?

Sim, uma das características mais bonitas dos objetos que brilham demais é que o reflexo ajuda o olhar a estabelecer a forma do produto.

“Devemos utilizar a luz de maneira que o reflexo também desenhe o formato do item. Assim, além de captarmos a qualidade de textura do material, também auxiliamos o espectador e definir os contornos do objeto”, revela Caio.

Uma dica: faça isso com a luz principal e deixe a iluminação secundária rebatida para ressaltar as cores do produto.

Tripé

Sempre que é preciso um controle maior da luz ambiente, o uso do tripé é fundamental. Afinal, não há equipamento que dê mais estabilidade ao fotógrafo do que ele.

Posicione a câmera onde você deseja e, a partir disso, regule a luz sobre o objeto para que você consiga transmitir com a fotografia as informações e sensações necessárias ao espectador. Em fotos still o tripé também dá padrão às imagens: os itens são clicados nos mesmos ângulos e enquadramentos.

Fique atento: fotógrafo, câmera e tripé devem ficar a uma distância que garanta que eles não sejam iluminados e apareçam no reflexo do produto.

Contato

Curtiu as nossas dicas? Agora é praticar bastante, pois esse tipo de fotografia exige repetição, tentativa e erro para se chegar à imagem ideal. Aproveite a visita ao nosso blog e conheça outros artigos sobre o universo da fotografia e do empreendedorismo. Fique à vontade e entre em contato!