Fotografia still de roupas: quais os tipos, como funciona, dicas e macetes
Um dos tipos mais comuns de fotografia still é a de roupas. Cedo ou tarde, todo profissional do meio vai receber uma demanda para produzir imagens de vestuário. Afinal, o mercado da moda é um dos mais fortes no e-commerce.
Como tudo o que está relacionado ao comércio digital depende muito do poder de impacto da imagem, uma série de cuidados é necessária para que os cliques das peças fiquem perfeitos, revelando cores, nuances, texturas e formas que também seriam percebidos por um cliente que as manuseasse em uma loja física.
Neste artigo, separamos algumas dicas dos fotógrafos da Snapcomm para que você conheça as etapas desse tipo de clique e já aprenda alguns macetes que podem facilitar o seu trabalho. Vamos lá!
Três tipos
Há três tipos mais comuns de fotos still para roupas, que variam de acordo com a característica de cada peça e do que o cliente precisa.
Flat lay: como a tradução do próprio nome diz, “postura plana”. São as fotos feitas em uma superfície reta, geralmente uma mesa, com a peça aberta ou dobrada, dependendo do desejo do contratante. Também é comum se fazer uma combinação de peças, uma espécie de composição de look, para que o consumidor tenha uma ideia de como umas combinam com as outras. Esse tipo de fotografia mostra as roupas “como elas são”, como se o cliente as encontrasse em uma loja.
Cabide: o tipo mais simples e despojado de foto still; coloca-se a peça em um cabide, para que ela fique bem exposta e com um bom caimento e faz-se o clique. Aqui, também pode acontecer de mais de uma roupa ser enquadrada em uma única foto, ou então que um jogo de peças seja organizado em uma arara – para se mostrar a variação de cores de um mesmo modelo, por exemplo. Por ser o tipo menos complexo de fotografia still de roupas, pode ser solicitado por clientes com um orçamento menor e simula, um pouco, como as vestimentas ficariam no guarda-roupa do consumidor.
Manequim invisível: também conhecido como manequim fantasma, entre outros nomes. É a modalidade mais exigente de fotos still de roupas, pois requer mais trabalho de pré e pós-produção. Esse tipo de imagem simula o caimento da peça no corpo de alguém, para que o comprador tenha uma visão de como a roupa ficaria em si mesmo. Como o próprio nome explica, esse tipo de foto é feito com o uso de um manequim, que depois é apagado no processo de edição. Assim, só a peça fica em destaque, sem qualquer interferência que possa roubar atenção – como se vestisse uma pessoa invisível.
Cuidados de pré e pós-produção
Antes de qualquer preparativo para a sessão de fotos, é preciso entender o que o cliente precisa. O fotógrafo deve compreender a identidade da marca para decidir, junto com o contratante, qual o melhor tipo de foto.
Por exemplo: um estilo mais formal ou mesmo propositalmente mais rebuscado, com dobraduras etc. pede fotos flat. Se for algo mais leve, jovial e despojado, cliques feitos no cabide transmitem melhor a mensagem. Se o cliente quer dar ao cliente a sensação de vestir a roupa, o ideal é o processo de manequim invisível.
Já no estúdio, confira o tamanho das peças, separe-as por tipo de fotografia a ser realizada – e passe cada uma. Aqui na Snapcomm, investimos em um steamer de qualidade, com um tanque que comporta boa quantidade de água; vale a pena, pois é um equipamento muito utilizado. Algumas peças mais complexas, como camisas, ficam mais bem apresentadas se forem passadas com ferro. Se houver muita roupa, considere contratar um assistente para preparar todas as peças antes do dia d o clique.
Em seguida, é feita a organização do set. Analise todos os equipamentos necessários – iluminação, lentes, câmera, rebatedores, mesas etc. –, verifique a melhor luz, faça testes com algumas peças, tente equilibrar cores e formas e busque encontrar a maneira que melhor facilite a finalização da imagem.
Tudo isso é fundamental para facilitar a edição das fotos. Quanto mais fiel for a imagem com relação às cores, formas e texturas das peças, menos pós-produção será exigida: ganha-se tempo e minimiza-se o custo. Por isso, é sempre importante o alinhamento entre fotografia e edição.
Em alguns casos, antes da edição, é feito um pré-tratamento e encaminhamento das imagens para a aprovação do cliente. Assim, o editor só vai trabalhar com fotografias já validadas.
Dicas e macetes
Pregadores, fita-crepe e alfinetes: extremamente úteis para moldar o vestuário, em especial nas fotos de manequim invisível. Utilize-os, claro, em lugares que não irão aparecer, como as costas e as axilas, ou que poderão ser facilmente removidos na edição. Também não estique demais, senão haverá problemas na fase de pós-produção.
Assistentes: manusear o manequim, vesti-lo, abotoar, desabotoar, alinhar, ajustar, passar etc. é um processo bastante trabalhoso. Para torná-lo mais rápido, conte com um assistente e concentre-se no clique.
Vire a peça do avesso: alguns estúdios contam com um manequim que é desmontável. Assim, é possível, por exemplo, retirar o pescoço e parte do busto do boneco para que a parte interna e de trás da vestimenta fique visível. Se esse não for o seu caso, há um macete para dar a sensação de invisibilidade: tire a foto normal de frente; em seguida, vire a roupa do avesso e clique as costas. Na edição, faça a fusão de uma parte com a outra, aplique um efeito de sombra e pronto; está feito o manequim fantasma.
Rebatedor como “mesa”: em fotografias flat lay, se a peça for muito grande ou muito solta e o cliente quiser que mostre bem o caimento, utilize um rebatedor como superfície, em vez de uma mesa. Incline-o a 45°, coloque a peça em um cabide transparente e use alfinetes sem cabeça para prender a roupa ao rebatedor. Assim, ela fica solta onde você deseja e fixa onde fica melhor, modelando o caimento. Reserve um rebatedor somente para isso, pois ele ficará cheio de furos e espete as peças por dentro das costuras, para facilitar a edição.
E então, o que achou de todo o processo e de nossas dicas? Conhece outras? Deixe seu comentário, vamos trocar experiências e ideias. Leia também outros conteúdos aqui em nosso blog que certamente vão complementar sua experiência como profissional envolvido no setor, seja como cliente, ou como fotógrafo.
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